top of page

Diversidade na Moda: Inclusão ou Estratégia Comercial?

  • Foto do escritor: Fabricio Migano
    Fabricio Migano
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de abr.

A moda sempre seguiu um padrão estético, favorecendo corpos magros e longilíneos. No entanto, com a crescente discussão sobre inclusão, a indústria precisa repensar suas práticas para abraçar a diversidade real da população.

Na minha jornada para me tornar um profissional da moda essa reflexão me leva a pensar no meu papel dentro dessa transformação. A representação visual de diferentes corpos começa já na fase do desenho, nos croquis que criamos e na forma como pensamos as modelagens. Se designers forem treinados desde o início a considerar a diversidade corporal, a criar roupas que valorizem e respeitem as particularidades de cada pessoa, ouvirem os consumidores e entenderem suas necessidades reais, a moda poderá evoluir para um espaço mais democrático e, acima de tudo, real.

Contudo, será que as marcas e designers realmente estão abraçando essa causa de forma genuína? Ao entrar em uma loja, será que essas pessoas se sentem representadas? Os funcionários estão preparados para atender diferentes tipos de corpos? As vitrines possuem manequins plus size e cadeirantes ou continuam reforçando apenas o padrão? Essas pessoas têm, de fato, opções ou encontram apenas duas calças disponíveis? Pequenas marcas têm conseguido dar conta dessa necessidade, mas a questão central ainda permanece: no final, as vendas são o que sustentam o mercado.

O discurso inclusivo das marcas é verdadeiro ou apenas uma estratégia comercial? Elas estão realmente considerando a modelagem adequada para diferentes corpos ou apenas ampliando tamanhos sem um estudo real das proporções? Vale lembrar que a estética da magreza, principalmente para mulheres, ainda é fortemente incentivada. O consumidor precisa começar a cobrar mudanças. Claro que não deveria ser assim, mas, no fim das contas, o mercado responde ao que vende. Para que a diversidade na moda seja mais do que uma tendência passageira, é preciso garantir que a inclusão seja refletida em todos os aspectos: no design, no atendimento, na comunicação e na oferta real de produtos.

O desafio da indústria não está apenas em ampliar a grade de tamanhos, mas em mudar a mentalidade de quem desenha, produz e comunica moda. Repensar a definição de beleza e desconstruir padrões estabelecidos são passos fundamentais para uma moda mais representativa e relevante no contexto contemporâneo. Afinal, a moda tem o poder de contar histórias, e essas histórias devem incluir a todos.

MIGANO, Fabrício. Escrevi este texto para uma atividade da faculdade e decidi compartilhar minha perspectiva aqui. 2025.

 
 
 

Comentários


bottom of page